Linha e tecido

Costura acaba sendo a única opção de trabalho para a maioria dos imigrantes bolivianos

Por Gabriela Galvêz

Como grande parte dos imigrantes bolivianos não possui nenhuma qualificação profissional, as cooperativas de costura acabam sendo uma das únicas opções de trabalho. A Pastoral do Imigrante, local que acolhe os recém-chegados em São Paulo, estima que cerca de 90% dos imigrantes bolivianos vivam da costura.

Segundo o padre Mário Geremias, coordenador do local, “o sistema de produção da costura é muito explorador, é como o corte da cana. Você trabalha por produção e você ganha por quanto você produz, por isso eles são obrigados a trabalhar muito pra ganhar pouco”.

As confecções que abrigam os imigrantes ficam localizadas nas regiões do Brás e do Bom Retiro, grandes pólos da costura. Nesses locais, as roupas são vendidas a menor custo. Além disso, muitas delas vendem roupas por atacado, para revenda em shopping ou em ruas menos populares. Quem sabe não estejamos usando roupas produzidas por bolivianos?

A situação trabalhista dos bolivianos melhorou de um tempo para cá. Antes, a mão-de-obra era explorada. Chegavam a trabalhar 20 horas diárias e ganhavam cerca de 10, 15, ou, no máximo, 20 centavos por peça produzida. Hoje em dia, devido a grande fiscalização, as condições de trabalho melhoraram e a exploração tem sido combatida pelas autoridades.

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