São Paulo, 2300 km e 54 horas depois

Por Ana Ignacio

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, não há estudos que delimitem a rota exata feita pelos imigrantes bolivianos ilegais, mas as entradas geralmente ocorrem pelos municípios de Corumbá (MS) ou por Foz do Iguaçu (PR). O movimento de migração via Corumbá é, de forma geral, motivado pela falta de condições de trabalho e sobrevivência na Bolívia.

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Caminho da imigração realizado pela maioria dos imigrantes bolivianos

Quando chegam aqui, os bolivianos costumam ser encaminhados para a Pastoral do Imigrante, localizada no centro de São Paulo e coordenada por padre Mário Geremias. Assim que chegam na cidade já recebem a informação de que a Pastoral pode abrigá-los. Muitos já sabem disso antes mesmo de sair da Bolívia. No espaço da Pastoral, funciona também a Igreja Nossa Senhora da Paz, a Casa do Migrante e o Centro de estudos Migratórios. Um trabalho conjunto garante o acolhimento dos migrantes e a conservação da de sua cultura.

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Casa do Migrante que funciona no espaço da Pastoral do Imigrante e ajuda no processo de acolhimento dos imigrantes no país

Padre Geremias conta que um fator que justifica a escolha do Brasil pelos bolivianos é o fato do país apresentar fronteiras secas, sem rios, e a proximidade também influencia muito. “Quanto maior a pobreza, mais difícil é se movimentar. Os que não têm recursos vão buscar trabalho onde está mais perto. São Paulo é uma grande opção”, comenta. De fato. A distância de La Paz, capital da Bolívia até São Paulo não chega a 3 mil km; é quase a mesma distância da capital paulista até o Maranhão, por exemplo. Eles veem. E aqui criam novas raízes.

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